Afinal, o que é importante e o que é urgente quando se fala em Diversidade & Inclusão & Equidade?

Inclusão e equidade ainda estão em segundo plano quando o tema é diversidade. Falar sobre a diversidade não traduz aquela diversidade com inclusão e equidade.

Diversidade mesmo sendo inerente a todos nós seres humanos, sendo o que nos caracteriza quanto à individualidade, muito bem explicitado em seu significado derivado de  in-divi-duo: não dividido em dois. Ou seja: somos seres únicos, originais e temos o direito de ter orgulho dessas características identitárias.

Entender a diversidade e aceitá-la de coração e mente abertos, apesar de nossos vieses inconscientes estarem direcionando nossas atitudes e comportamentos, com estereótipos, preconceitos, é o desafio para que não seja acionado o efeito bumerangue.

Inclusão e equidade ainda estão em segundo plano quando o tema é diversidade não é uma frase desanimadora, nem pessimista. Basta acompanharmos a incidência da menção da diversidade como um valor financeiro que é agregado aos resultados das organizações, a sua imagem, competitividade e lucratividade. Concordo com esses ganhos e precisamos mais e mais, demonstrá-los.

Mas pergunto: e a dificuldade que empresas declaram ter para efetuar contratações além da cota (PcD), dificuldade no trato de temas mais “sofisticados” tais como raça e etnia, transexuais no ambiente de trabalho e equidade de gênero?

A inclusão acontece quando respeitamos a diversidade e interagimos desta forma, com todos. Quando o ambiente tem e pratica cultura inclusiva, via lideranças, e C-Levels.

Já a equidade, entendida como uma busca persistente pela justiça, que trate cada indivíduo segundo sua natureza particular, requer humildade e autovigilância, constantes.

O que temos observado é a constância na abordagem sobre as consequências de nossos comportamentos, quando deveríamos perguntar por que agimos de determinada forma se sabemos que estamos ferindo a equidade?

O que é IMPORTANTE em Diversidade & Inclusão & Equidade?

Sob este olhar, destaco uma alternativa que pode nos auxiliar a trilhar com mais equidade, em um futuro próximo: Investimento na 1ª Infância, 0-6 anos.

Parece óbvio, mas não é. Hoje algumas empresas, de ponta, investem fortemente na educação corporativa, inserindo a aprendizagem sobre valores, cultura inclusiva, junto ao seu público interno cuja maioria está na idade adulta. Ótimo. Estão desenvolvendo ação corretiva e em alguns casos, ação promocional, no âmbito dos valores.

O que as empresas podem fazer, paralelamente, é investir na educação da 1ª infância, 0-6 anos, demonstrando ação proativa focada na sustentabilidade.

James  Heckman, Prêmio Nobel de Economia em  2000, reverenciado em sua área, a economia, e por seus estudos sobre educação na primeira infância, concluiu que: o investimento na primeira infância é uma estratégia eficaz para o crescimento econômico.

Sabe-se que é nessa etapa entre o nascimento e os seis anos de idade que o cérebro se desenvolve mais rapidamente e é mais maleável. Assim, é mais fácil incentivar habilidades cognitivas e de personalidade – atenção, motivação, autocontrole e sociabilidade – necessárias para o sucesso na escola, saúde, carreira e na vida.

O retorno nessa etapa da vida não traz resultados financeiros a curto prazo; é a longo prazo, mas sustentável.

Não é balão que faz barulho ao subir e causa estragos quando, a curto prazo, cai.

Nessa etapa da vida as pessoas aprenderão a respeitar as características humanas e aplicarão esse conhecimento ao longo da vida mesmo que lhes digam o contrário. Ter convicção sobre valores construtivos apesar do meio em que vivamos, requererá apoio daqueles com os quais convivamos mais proximamente; a família em suas diversas configurações.

Investir na infância é importante para que tenhamos milhões de “pirralhos” como Greta Thunberg, 17 anos  ou Vanessa Nakate, 23 anos. Investir na infância é proatividade.

O que é URGENTE em Diversidade & Inclusão & Equidade

“NADA SOBRE NÓS, SEM NÓS! TUDO SOBRE TODOS , COM TODOS!”

Falar sobre a questão de gênero, por exemplo, com a fala da mulher, mas tendo interlocutores de todas as características. Considero que essa preocupação deve ser estendida quando a discussão for sobre raça e etnia, orientação sexual, cultura, ideologia, crença religiosa, abrindo o circulo da conversa, verdadeiramente.

Ao falar do mesmo para os mesmos, não avançamos o tanto que poderíamos avançar obtendo simpatizantes para as nossas causas que afinal, são de todos.

Falar sobre: Racismo, Genocídio, Sexismo. Todos levam à morte daqueles que simplesmente querem ser como são.

Nos próximos meses vamos ampliar o nosso discurso e falar também sobre: Mulher trans,  Homem Trans; Parentalidade e  substituir a história da “libertação dos escravos” por “Reconhecimento do Empoderamento Negro”, recontando a história. Por que? A hora é agora.

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Autora: Jorgete Lemos

Consultora Diretora Executiva da Jorgete Lemos Pesquisas & Serviços e Parceira da Eventos RH


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