Ética profissional: entenda o que é e porque ela é a sua maior aliada no mercado de trabalho

Todos os dias somos intensamente bombardeados por mensagens, notícias e informações de violência, corrupção, desonestidade, falta de lealdade e caráter, desagregação familiar, etc.

Escândalos e mais escândalos acontecem até mesmo em sociedades ditas desenvolvidas. O bombardeio vem de todas as direções e através de todos os veículos de comunicação.

O culto ao que há de pior parece ser a tônica que norteia seus produtores, na suposição de que seja disso que o leitor, telespectador ou ouvinte mais tem prazer em tomar conhecimento.

A sensação que se tem, ao contato com toda essa mídia, é que o mundo está perdido e que se pautar por princípios éticos, não passa de pura ingenuidade.

Ledo engano! Apesar de que o mundo à nossa volta está acenando que ética é uma matéria prima muito escassa entre nós, pelo menos no mundo empresarial, ética é um valor, felizmente e cada vez mais, em alta, em todos os cargos e em todos os níveis hierárquicos, notadamente nos níveis de alta direção e gerência como um todo.

A ética profissional é um valor estratégico para o profissional que busca ampliar seus resultados, fortalecer a sua rede de parceiros e conquistar o crescimento de carreira.

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O que é Ética Profissional?

Mas, afinal, o que é ética profissional? Ética profissional é um conjunto de valores, normas e condutas de comportamentos adotados no ambiente de trabalho, no exercício da suas atividades profissionais.

O conjunto de valores e normas pode variar de cultura para cultura, de país para país, etc. Ou seja, o que pode ser antiético para algumas culturas, não o é para outras.

No entanto, todas as organizações sociais se pautam por uma linha ética mínima, bem definida ou tácita, e isso também é verdadeiro no mercado de trabalho e em cada uma das organizações que o compõe.

Por mais absurdo e paradoxal que possa parecer, até mesmo entre os criminosos existe uma ética. Para o bem ou para mal, não vem ao caso, eles também tem seu próprio código de conduta ética.

O que significa ter um comportamento ético nas empresas?

Ter um comportamento ético nas organizações significa agir conforme os valores e código de conduta ética por elas expressos ou implícitos, preservando assim relacionamentos positivos e saudáveis em todos os âmbitos e níveis no desempenho da sua atividade profissional.

Agir com ética profissional é um valor estratégico para o profissional que busca ampliar seus resultados, fortalecer a sua rede de parceiros e conquistar o crescimento de carreira.

Assim, para quem já está no mercado de trabalho ou para quem está chegando ou querendo retornar, significa se empenhar em desenvolver suas atividades exemplarmente, pautando-se por princípios éticos, morais e legais tidos ou aceitos como adequados no contexto social em que vivemos.

Dicas para a construção de uma postura ética no trabalho

Esqueça e ou abandone a postura do tipo “Lei de Gerson”, um dos principais jogadores de futebol em nosso país que, em uma campanha publicitária, ganhou o significado de levar vantagem em tudo, ser mais esperto, passar o outro para trás e outros significados não menos pejorativos.

Procure ser um profissional que, além de suas habilidades e qualificações profissionais, tem seus gestos e atitudes baseadas em honestidade, idoneidade e correção.

Construa e mostre uma imagem, tanto profissional como pessoal, no lar, entre amigos, na comunidade em que vive, que lhe assegure essas características, conseguindo sempre boas recomendações e referências.

Tome cuidado, pois ética é um valor social e universal.  Em algumas situações, falando sobre o mundo dos negócios, qualquer deslize pode ser fatal ou, em outros casos, tolerado – variando a rejeição e aprovação de intensidade conforme forem os valores culturais, costumes e tradição de seus interlocutores.

É certo que nem todos os papéis que cada um de nós tem que desempenhar com ética depende só de nós mesmos. Alguns só são possíveis de serem plenamente realizados quando encontramos reciprocidade de intenções das pessoas com as quais interagimos.

Por exemplo, você consegue manter-se distante do dia-a-dia de seu (ou sua) ex-cônjuge, mas dificilmente deixará de ter que se relacionar com ele (ou ela), principalmente quando existem os filhos.

Mesmo nessas situações, é preciso desempenhar, e bem, com ética, o complicado (para muitos casais separados) o papel de “ex”, ainda que por força de mandato judicial, que poderá ser de conhecimento de seu empregador, possibilitando algum questionamento ético a seu respeito.

Em seus preparativos para viagens a negócios, mesmo dentro do próprio país, além das informações técnicas, naturais e obrigatórias que precisa ter sobre o objetivo de sua viagem a negócios, esmere-se em procurar conhecer detalhes sobre costumes e cultura geral do novo local, especialmente sobre os valores éticos de seus futuros interlocutores, mesmo ou ainda que eles não os tenham.

Afinal, você também precisa saber disso para poder decidir se deve ou não ou como e quando fazer negócios com eles, segundo os valores éticos que norteiam você e a sua empresa.

Nas empresas, notadamente em posições qualificadas e, em especial, as de direção, gerência e supervisão como um todo, em momentos de decisões de contratação de profissionais, os valores morais e éticos têm sido decisivos na hora da escolha final.

Sua importância é extremamente relevante, em algumas ocasiões até mesmo em detrimento de uma série de outras características e habilidades inerentes à função em si, mesmo que técnicas.

5 atitudes que você deve evitar para não ser visto como “antiético”

1. Compartilhar resultados sigilosos

Nunca, em hipótese alguma, compartilhe informações ou arquivos sigilosos e confidencias da sua empresa ou antiga empregadora. Não faça isso nem mesmo se houver “pressão” da atual ou potencial empregadora em obter estas informações oferecendo em troca alguma vantagem pessoal para você.

Nestes casos, você até poderá obter um ganho pessoal no curto prazo, mas terá “queimado” pontes com antigos colegas de trabalho e suas redes de contatos, e certamente será visto com desconfiança por aqueles que o intimidaram ou convenceram de abrirem esta informação. Essa atitude poderá lhe custar muito caro no médio e longo prazo.

2. “Queimar o filme” da sua antiga empresa, chefes ou colegas de trabalho

É completamente normal termos inúmeras críticas sobre os lugares e pessoas com quem trabalhamos. Todos temos defeitos e às vezes nos identificamos mais ou menos com determinados ambientes.

No entanto, no ambiente profissional, evite falar mal da sua antiga empresa, chefes ou colegas de trabalho, de forma indiscriminada e desrespeitosa, especialmente se estes forem conhecidos do seu novo grupo de trabalho.

Agindo assim, seus novos colegas de trabalho terão dificuldade de confiar em você e se sentirão inseguros de que você fará o mesmo com eles no futuro. Sem contar que se esta sua atitude se tornar do conhecimento deles, no futuro, isso poderá ser motivo para eles fecharem ou não abrirem novas portas para você.

Desta forma, quando sentir a necessidade de tecer críticas em relação a eles, busque ser profissional, respeitoso e busque também reconhecer o valor e aprendizado de cada relação e experiência que você teve em sua vida profissional.

3. Ser desonesto, tirar vantagem

Acredite: a maioria esmagadora dos supervisores querem para as suas equipes profissionais em quem confiam, que não vão colocar a sua reputação e imagem profissional à prova.

Profissionais que constroem bons relacionamentos com os diversos níveis da organização e assim trazem resultados melhores e mais sustentáveis.

Profissionais que assumem seus erros, sabem usar sem abusar da autonomia e liberdade, que são comprometidos com o bem da equipe e da organização, que não se utilizam das atividades profissionais para obterem ganhos pessoais.

Ser desonesto e tirar vantagem pode até trazer algum ganho de curto prazo, mas o custo é enorme e pode ser fatal para a sua carreira. Quando a empresa ou supervisor percebe que o profissional está sendo desonesto, este perde toda a sua credibilidade e a confiança é rompida.

Sem confiança e  credibilidade, nenhum profissional se sustenta na equipe e na organização, e tampouco é indicado para novas oportunidades pelos seus colegas e amigos que sempre zelarão pela sua rede de contatos.

4. Fazer fofocas

É claro que todo ambiente de trabalho tem a sua “rádio-peão”. Mas fofocas, especialmente de aspectos pessoais e da vida privada dos colegas de trabalho, são absolutamente inadequadas no ambiente profissional.

Se na vida pessoal já nos sentimos desconfiados da pessoa que sempre “compartilha informações dos outros”, de que poderá fazer o mesmo conosco assim que viramos as costas, imagine como isso é mal visto no ambiente profissional? Inevitavelmente, este tipo de atitude “mina” as relações de confiança.

5. Fazer falsas promessas

Prometer aquilo que sabe que não pode cumprir é o típico ganho de curto prazo e tiro no pé no longo prazo. Não se deixe cair na pressão por meta, ou por supreender alguém ou desespero por conquistar uma promoção.  Este tipo de atitude é insustentável e minará a confiança de cada vez mais pessoas que não foram atendidas nas expectativas que você criou falsamente.

Lembre-se: de um lado, o mercado de trabalho é dinâmico, volátil e é um mundo pequeno e que sempre dá voltas. Do outro, a sua carreira é de longo prazo e é construída através de relação com pessoas.

Pautar-se por um comportamento ético é construir relações positivas e de confiança que certamente serão determinantes para o seu crescimento de carreira. Caminhar sozinho poderá até lhe conferir mais velocidade em um certo momento da sua vida, mas não lhe dará a possibilidade de construir pontes para ir mais longe.

Autor: Paulo Pereira

Sócio-proprietário da Eventos RH e Especialista em Recursos Humanos
Fundador do Canal no Youtube Trabalho e Renda
Autor de 2 livros sobre o mercado de trabalho pela Editora Nobel

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