Como negociar o salário nos processos seletivos?

Alguns profissionais, em especial os que ocupam posições em nível operacional ou funções simples ou burocráticas, possuem pouco espaço para manobra em situação de negociação de salários e benefícios.

Normalmente, esses são simplesmente informados. É pegar ou largar, como se diz no meio em que estes profissionais atuam.

É muito comum começarem a trabalhar sem sequer serem informados sobre quanto vão ganhar ou a quais benefícios terão direito e só ficam sabendo dessas informações quando chega o recibo de pagamento.

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Muitas vezes nem sequer são informados de quais são suas tarefas, suas responsabilidades, quais resultados são esperados, equipamentos, material e muitas outras condições, transformando sua adaptação e integração num mundo, desnecessário, de dificuldades. São atitudes deploráveis das empresas, mas é muito comum.

Mas existem alguns procedimentos e regras gerais que servem tanto para esses profissionais como para os mais qualificados ou em posições hierarquicamente mais elevadas nas organizações, que podem facilitar uma boa negociação e contratação, como por exemplo:

  • Nunca discuta essas condições preliminarmente nas entrevistas de seleção, só o fazendo quando, efetivamente, sentir que o interesse pelo ingresso na empresa seja mútuo e haja chances objetivas de contratação;
  • Nunca tome a iniciativa de discutir o assunto, exceto nos casos em que perceber que a contratação está sendo consumada sem que estas condições sejam discutidas ou, conforme for o seu caso, informadas;
  • Mantenha-se informado sobre a prática de mercado em relação ao valor de seu trabalho, conhecendo as diferenças regionais e nos diversos segmentos de mercado. Você pode fazer isso trocando informações com seus colegas remanescentes da empresa anterior ou que estejam trabalhando em outras empresas, bem como acompanhar os indicadores divulgados em importantes jornais e outros veículos de comunicação;
  • Não tenha medo de fazer (e faça) perguntas sobre a política geral de cargos, salários e benefícios da empresa, relacionada com a posição ou cargo em discussão, procurando situar suas reivindicações em torno dela;
  • Quando houver margem para negociação, procure mostrar para a empresa que ficaria satisfeito com uma negociação que resultasse em uma remuneração, cargo e benefícios compatíveis com as responsabilidades e resultados atribuídos ou esperados de você, adequados à realidade e política da organização e compatíveis com o mercado;
  • Não faça leilão com sua remuneração. Ou você aceita as condições que foram oferecidas pela empresa ou faça, no máximo, uma contraproposta. Se fizer mais de uma contraproposta, a negociação tende a se transformar em leilão.
  • Procure adequar seus interesses por remuneração, em forma de benefícios, ao pacote oferecido pela empresa.
  • Não force a empresa a criar benefícios só para ter você em seus quadros, pois isso poderá acarretar outros problemas para ela, junto aos seus futuros pares e colegas, ou inviabilizar sua contratação.
  • Acene para a empresa alternativas de remuneração variável. Quando bem implantada, a remuneração variável só traz benefícios – para você e para a empresa.

Nesse último campo temos a Remuneração Variável e a Participação dos Trabalhadores nos Lucros ou Resultados. A maioria das empresas confunde as duas coisas, achando que as diferenças não passam de uma questão de semântica. Mas não é. São instrumentos distintos em vários aspectos: legais, operacionais e gerenciais, bem como quanto aos resultados esperados.

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Paulo Pereira
Sócio fundador da Eventos RH
Autor do Blog Trabalho & Renda

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