A mensagem do título parece ser forte demais e pode sugerir que você tenha uma atitude rebelde, irresponsável e indiferente com seu trabalho e/ou com sua empresa. Mas não é nada disso.

Acompanhando e observando as relações de trabalho ao longo dos anos, como um simples trabalhador, ora como um executivo, ora como profissional de RH, consultor e como empresário, quero alertar os profissionais que  ser um grande equívoco terem um comportamento “apaixonado” pela empresa.  Muitas vezes, uma “paixão” tão grande e com a mesma intensidade que aquele que existe nas relações amorosas entre muitos casais, principalmente, entre quase todos os adolescentes.

Nas relações pessoais entre casais, tudo é muito desejável, pois nelas existe uma real possibilidade e muita probabilidade de continuidade e/ou de vínculos sinceros e definitivos. Essas relações começam, sem qualquer compromisso, com um “flerte” e vão se aprofundando. Em seguida vem a “ficada”, o namoro, o noivado, o casamento, os filhos, os netos etc. As pessoas vão se conhecendo e se entregando umas às outras, numa relação de interdependência, de mútuas resignações, compartilhando realizações, bens e também sofrimentos.

Agora, nas relações de trabalho, por tudo o que temos visto e vivenciado e pela sua dinâmica e característica naturais, mencionadas em vários pontos deste livro, as palavras chave são: qualidade, produtividade e competitividade. E o que realmente importa é se você está ou não contribuindo para isso. A pressão por esses resultados obriga as empresas a terem uma conduta mais objetiva e prática em relação à nossa permanência ou não em seus quadros, com diferentes graus de abordagem em cada uma delas.

Cada vez mais, a lógica atual, a nosso ver insensata para os padrões e necessidades sociais e humanas,  acena para relações não tão duradouras como outrora, gerando relacionamentos, entre empregado e empresa,  efêmeros, de curto e médio prazos.

É o que tem acontecido em nossos dias e vai continuar acontecendo. Um enorme contingente de trabalhadores, em toda parte do mundo, a despeito de seus sentimentos em relação à empresa, da dependência econômica, da dedicação e lealdade ao trabalho que tem tido com ela durante anos a fio, de repente é colocado em disponibilidade – muitas vezes, de forma humilhante, e do dia para a noite.

E isto não acontece porque as empresas sentem prazer em “maltratar” seus empregados. Na realidade, um processo de desligamento é muito traumático, tanto para a empresa quanto para o profissional. Para a empresa, porque isto custa muito caro e acarreta sérios problemas no ambiente organizacional. Sem contar o fato de que muitas vezes, com a demissão, parte da história da empresa, do conhecimento, do talento e da competência vai embora também. E para repor tudo isto, haja dinheiro e tempo!

Os desligamentos, quase sempre, ocorrem por necessidades objetivas de sobrevivência do negócio, por necessidades mercadológicas e ou tecnológicas, por obsolescência de produtos e serviços e por uma série de outros fatores, nem sempre de domínio da empresa. Cada vez mais essas necessidades e mudanças ocorrem em uma velocidade cada vez maior. E a empresa precisa se adaptar, e rápido, doa a quem doer, sob pena de seu desaparecimento.

Daí vem a nossa recomendação. Dedique-se sempre à sua empresa com lealdade, com determinação, com profissionalismo. Vista a camisa, a cabeça, o corpo e a alma dela, como se diz por aí. Faça sempre o seu melhor, tudo muito bem feito. Afinal, é de lá que nós, bem ou mal, retiramos o nosso sustento e de nossos filhos. Viabilize condições de realizar-se profissionalmente nela, mas não se “apaixone” demais enquanto estiver lá. Você tem coração – a empresa não.

E cada vez mais, apesar de as empresas neste cenário altamente competitivo terem de estabelecer relações cada vez mais de parceria com os seus empregados, elas serão menos paternalistas e mais profissionais, sempre buscando melhores resultados. E este comportamento, ao longo prazo, poderá custar o seu emprego e a sua estabilidade econômica, emocional e psicológica.

Diante disso, até que novas abordagens, novas mudanças, novas atitudes, etc. sejam introduzidas nas relações capital-trabalho, não é aconselhável colocar todas suas fichas e confiar o seu destino à empresa, por melhor que ela seja. É neste sentido de que não dá para se “apaixonar demais” por ela e depois se sentir traído.

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Autor: Paulo Pereira

Sócio-proprietário da Eventos RH e Especialista em Recursos Humanos
Fundador do Canal no Youtube Trabalho e Renda
Autor de 2 livros sobre o mercado de trabalho pela Editora Nobel

 

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