Como a criação dos seus filhos pode gerar um retorno lucrativo para a sua aposentadoria?

Como assim, filhos é um excelente negócio, Paulo? Eu sei que soa estranho, por um lado, porque uma das grandes preocupações de quem pensa em ter filhos é justamente o lado financeiro, por ser muito custoso.

Por outro, porque alguns vão pensar: “que projeto cruel colocar em seus filhos esta responsabilidade!“. E, de fato, não pretendo rebater nenhuma destas visões, uma vez que as considero corretas.

Calma, já vou me explicar melhor. Mas antes, como tema é delicado, preciso fazer algumas ponderações rápidas:

Não sou especialista no tema, mas…

Não sou pedagogo, psicólogo, sociólogo, ou de outra profissão com formação técnica e especializada, que me credenciam a dissertar sobre educação de filhos com a qualidade, a competência e a seriedade que este apaixonante tema merece, com orientações úteis e aplicáveis a todos, indistintamente.

Por outro lado, estou longe de ser um intruso, um picareta ou um charlatão, que mete o bedelho e palpita sem responsabilidade. Exerço a paternidade há mais de 40 anos, fui filho por meio século, tenho um menino (Douglas) e três meninas (Mônica, Carolina e Fernanda), quatro crianças, sim, no ‘diminutivo’. Muitos pais referem-se aos filhos como suas crianças, mesmo já adultos. Parece que não querem enxergar que eles crescem e deixam suas asas.

Para ampliar meu credenciamento, vivo a fase de deslumbramento, com a netinha Letícia, que completará 4 anos em junho. Sinto-me ainda em pleno exercício do aprendizado de como ser avô – que delícia!

Meu respeito absoluto ao momento e às condições de cada um.

Falar de filhos, ou sobre eles, é muito difícil para os que os perderam ou não tiveram a oportunidade ou condição de tê-los, mesmo por adoção. Não importa como chegam, em que família se desenvolvem: ortodoxa ou não, tradicional ou não, convencional ou não, religiosa ou não.

Também há os que simplesmente decidiram, conscientemente, não ter filhos. Os motivos são vários, todos legítimos.

Vale observar que este texto não representa a visão e o papel das mães na educação dos filhos. Algo extremamente difícil para um homem comum (o meu caso) é compreender a complexidade do papel materno, como elas se dedicam e se envolvem, e às vezes até se anulam como pessoas, em prol de suas proles.

Com o devido respeito ao momento e às condições de cada um, torço para que este artigo não provoque sentimentos desagradáveis, tristes e inoportunos. Ao contrário, que possa ter utilidade e provoque reflexão produtiva sobre o tema.

Feito os esclarecimentos e as ponderações, que tal ir ao que interessa, em linha com o tema-título deste artigo!?

Investir nos filhos é um excelente negócio?  As referências aqui são para a grana, o suporte material, a ajuda e a tudo que possa significar algo útil para o futuro, quando a idade e a aposentadoria chegarem. Sem essa de usar a expressão ‘melhor idade’ para designar tal fase da vida, assim como abomino uma série de outras tidas como ‘politicamente corretas’, que muitas vezes dificultam o diálogo em torno de questões importantes.

Antes de tudo, a responsabilidade pela sua aposentadoria é sua!

É óbvio que não se pretende sugerir que você crie e eduque seus filhos pautados por conduta e pensamento terrivelmente pobres e mesquinhos. Jamais!

E mais: nunca coloque a responsabilidade de cuidados com você no futuro sobre os ombros dos filhos, em momento algum da vida deles, como algo que sejam obrigados a cumprir. Essa pressão não vai ajudá-los em nada, só comprometerá o desenvolvimento de cada um.

O problema de como você vai se viabilizar, econômica e financeiramente, no futuro, quando a idade e a aposentadoria (a tal melhor idade!) chegarem é todo e exclusivamente seu, não de seus filhos. Portanto, comece a planejar-se com bastante antecedência para minimizar as dificuldades que certamente advirão.

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Mas como? Eis o que costuma ser o principal e o mais incômodo desafio na vida dos filhos, já a partir da adolescência e que vai se agravando nas fases seguintes da vida, ainda que nascidos em ‘berço de ouro’. O príncipe Harry e sua esposa, a princesa Meghan, não me deixam mentir.

Adicional e paralelamente, terão ainda de lidar com tantos outros desafios e necessidades pessoais – sentimental, educacional, religiosa, existencial. As exceções sempre existirão, óbvio, bem como alguns privilegiados.

Portanto, não coloque mais pressão e mais ‘lenha na fogueira’, o que aumenta o nível de stress, de dificuldade e de insegurança deles.

Mas, seus filhos podem ajudar (e muito!)

Se pretende atingir este objetivo no futuro, quando for o caso, aja sempre de maneira inteligente, sutil, quase imperceptível, indireta ou subliminar.

Nunca economize os seguintes ingredientes: amor, carinho, atenção, lealdade, respeito, companheirismo e transparência. Viu como é muito fácil, gratificante e prazeroso tornar os filhos um excelente negócio para o futuro? De bônus, você ainda terá o seu dia-a-dia repleto de compensações.

Um bom começo para o êxito nesta empreitada é ter filhos somente quando realmente quiser. Nada de precocidade, descuido ou improviso. Brinco com os amigos: “Filhos: como é bom e gratificante tê-los, mas, infelizmente, duram muito. São para sempre, vivos ou não”.

Então, faça uso dos diversos métodos e maneiras disponíveis para evitar ter filhos em momentos não planejados.  Não caia na conversa fiada de que “casa em que um come, comem dois, três…”.

Desnecessário dizer sobre os cuidados, especiais e ampliados, em se tratando da fase de adolescência, sua ou de seus filhos. Nesta etapa, filho é um grande desconforto para todos os envolvidos, ainda que, com muito sacrifício, os problemas e as dificuldades daí decorrentes sejam superados ao longo do tempo.

Uma vez nascidos, a partir de então, você se verá em uma verdadeira ‘montanha russa’, a deparar com altos e baixos, sacrifícios e recompensas, risos e lágrimas, decepções e orgulho, saúde e doenças – e por aí afora. Brinquedo que não tem botão de interrupção. Aguente firme, pois a jornada é longa, muita longa.

Não, não tenho a receita. E não acredito que exista uma.

Não tente procurar uma receita pronta de como criar, formar e educar seus filhos. Não existe. Nem mesmo a inteligência artificial poderá fazer isso por você – e por ninguém. O ser humano é único, até mesmo quando clonado. Se tiver mais de um filho, constatará que a receita que utilizou para um, terá de ser adaptada para o outro.

Diante disso, não sou quem irá lhe oferecer uma receita pronta. No entanto, considerando as informações iniciais deste artigo sobre o meu perfil, estou seguro em lhe oferecer recomendações, algumas óbvias, outras, nem tanto.

Resumidamente, criar filhos, em essência, é contribuir para a formação de seu caráter, de sua personalidade e individualidade, de valores éticos, morais, religiosos. É zelar por sua saúde física, mental, psicológica e emocional.

É oferecer e disponibilizar opções educacionais para seu aprendizado e desenvolvimento, conforme as possibilidades de cada um e a exigência do mundo globalizado.

1- Na criação dos filhos, não parta do pressuposto que eles sabem que você os ama.

É preciso demonstrar isso a eles, cotidiana e diuturnamente, com repetidos gestos, atitudes e ações concretas.

2- Não se anule como pessoa para criar seus filhos.

Eles são fundamentais na vida de quem os têm, mas sem egoísmo. Seja mais fundamental para você mesmo do que eles. Costumava perguntar para os meus filhos, ainda crianças: – De quem vocês gostam mais: do papai, ou da mamãe? Eles foram orientados a responder: de mim, primeiro; depois, oh dúvida cruel!.

3- Não tenha medo de dizer ‘não’ para seus filhos.

Lidar com frustrações logo cedo os amadurecerá e os ensinará que a vida não é sempre feita de ‘sim’. Muito menos, não se sinta culpado quando disser vários “nãos” para eles.

4 – Não seja só mais um amigo do seu filho.

Não gosto da ideia de ser amigo de filhos. Amigo é algo que eles vão sempre encontrar e descartar ao longo da vida. Pai e mãe serão sempre os mesmos, únicos. Pessoalmente, procuro deixar isso sempre muito claro, sem prerrogativas. Mas não seja tão cruel. Você pode ‘dourar’ a pílula e desenvolver um relacionamento também amigável.

5 – Não crie nem eduque ou forme seus filhos para você.

Liberte-se deles e de suas asas o quanto antes, se possível, a partir do berço. Meu pai sempre me dizia: “filho, a porta para o mundo é a porta da sala”. Então, é para ela que se deve olhar,ao criar, formar, educar e desenvolver os filhos – para o mundo.

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6 – Abuse da presença física

Os filhos ficam exultantes com a presença, o envolvimento e a participação dos pais em seu dia-a-dia. Melhor ainda fisicamente, olho no olho. Na infância, muito mais. Podendo, abuse disso nesta fase da vida deles. Na adolescência, também é importante, desde que não haja exagero ou intromissões indevidas. Na fase adulta, faça mediante solicitação, direta ou indireta, ou em situações de riscos não percebidos.

7 – Cuidado com o “faça o que eu digo e não o que eu faço”.

O tiro pode sair pela culatra. Se agir, ou pretende agir, para que os filhos sejam um ‘excelente negócio’ para o seu futuro, considere o que você tem feito e faz em relação a isso na prática, por exemplo, por seus pais.

8 – Não idealize o futuro dos seus filhos.

É muito comum os pais sonharem e idealizarem o futuro dos filhos. Tudo certo, mas enquanto apenas sonho ou idealização. Agora, fazer disso um projeto, um objetivo e agir em relação ao futuro dos filhos em função de seus sonhos e idealizações, a meu ver, é inapropriado, indevido.

O futuro dos filhos pertence a eles, encarregados dospróprios sonhos e idealizações. Eles também não têm de realizar o sonho dos pais, o que pode provocar frustrações, decepções, incompetências.

9 – Mostre autoridade e dê limites

Mostrar autoridade e sinalizar que os filhos têm limites é recomendável. Eles precisam de referências, de saudável controle, de aceitar e de conviver com paternais e maternais corretivos. ‘Tapinha no bumbum’, uma vez ou outra, é recurso pedagógico válido –que me perdoem os críticos. Porém, longe de violência e muito cuidado para não usar este recurso para descarregar seus problemas e frustrações.

10 – Não os crie em uma bolha de proteção

Os tempos agora são outros – modernos, digitais, tecnológicos, interligados e interativos. Rodeados por apps, redes sociais, tablets, internet das coisas, armazenamento nas nuvens, Iphone, robôs. Para todas as idades, não importam o gênero, a cor, a raça, a classe social,do útero ao velório.

Assim sendo, não tente criar seus filhos em uma bolha, isolando-os, com a intenção de protegê-los das perversidades e maldades. Redobre os cuidados, os controles e a atenção, mas apresente-os, paulatinamente, em doses homeopáticas e certas, a este novo mundo.

Concluindo – e em linha com o propósito deste artigo -, asseguro-lhe que, agindo e se pautando com base nas recomendações aqui expostas, os riscos de você ter algum prejuízo são praticamente remotos ou nulos. Já as chances de um retorno lucrativo – imediato, de curto, médio e longo prazos – são concretas e mensuráveis.

O que está esperando, então? Mãos à obra.

E boa sorte!

Autor: Paulo Pereira

Sócio-fundador da Eventos RH e Especialista em Recursos Humanos
Fundador do Canal no Youtube Trabalho e Renda
Autor de 2 livros sobre o mercado de trabalho pela Editora Nobel

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