Tenho consciência de alguns de meus próprios méritos pelo que consegui conquistar na vida, em especial profissionalmente, pois sempre procurei fazer, e bem, a lição de casa da vida. Trabalhei muito, mas não mais do que o necessário, deste os oito anos de idade, na ocasião prestando pequenos serviços. Estudei, não o tanto que deveria e precisaria, pois as condições que meus pais puderam me dar e as que eu mesmo pude criar para mim mesmo foram limitadas.

Sempre tive que conciliar e assumir diversas responsabilidades de vida, simultaneamente, para primeiro sobreviver e também para crescer. Busquei e enfrentei desafios e novos horizontes. Corri riscos e abri mão de certos confortos e até mesmo de certos prazeres próprios de determinadas idades, sem qualquer trauma, frustração, lamentação ou seqüela que valesse a pena serem relatas, muito ao contrário, pois sempre procurei fazer o que gostava de fazer, estar sempre perto das pessoas que queria estar e, caprichosamente, num lugar em que realmente gostaria de estar. Sou um privilegiado nestes quesitos e não tenho nada a reclamar ou choramingar sobre meu passado, exceto o fato de que tudo passou rápido demais.

Até aí nada demais, pois é mais o menos este o perfil de muita gente que hoje é muito bem sucedida na vida, que ainda vive, ou já falecida, mas que deixou um legado ou patrimônio invejável para esposa, filhos e netos – e que, por incompetência ou por indolência mesmo, acabam por dilapidá-los.

Não posso dizer como foi ou tem sido para as outras pessoas, mas posso assegurar que para mim o grande diferencial facilitador e alavancador nas minhas poucas, mas importantes, conquistas profissionais foi a felicidade de encontrar, nos vários momentos de minha vida, pessoas certas e na hora certa, que só fizeram me ajudar, me ajudam e muito ainda vão me ajudar muito pelo o que ainda tenho pela frente para viver. Muitas não foram e nem são amigos ou amigos íntimos, com as quais convivo normalmente, mas nem por isso deixaram ou deixam de ter a importância fundamental em minha vida.

Sempre procuro, menos do que deveria e até mesmo poderia, manter contato e relacionamento com elas, saber de suas coisas, informar as minhas, etc. Pelo menos deixo saber como elas podem me encontrar ou como posso encontrá-las, para poder pedir pontuais ajudas, se for o caso, sem, contudo, passar para elas a sensação de que meus problemas também são delas, como muitos, equivocadamente, o fazem.

Mas também pode ser para poder prestar-lhes alguma ajuda – quando necessário e estiver ao meu alcance, sem com isso passar para elas a sensação de que os seus problemas também podem ser meus. A assertividade e a transparência na disposição da ajuda mútua tem que prevalecer, sem constrangimentos e ou mágoas recíprocas.

Em termos de mercado de trabalho, uma sólida e seletiva base de relacionamentos, construída ao longo de sua trajetória profissional e de suas relações pessoais, além de muito saudável em seu dia-a-dia, pode ser a diferença entre ficar “perambulando pelo mercado” por um longo tempo e uma colocação ou uma recolocação rápida.

Mais ainda. Com grande freqüência, as melhores oportunidades de trabalho no mercado são conquistadas por meio de rede de relacionamentos, em todo e qualquer nível hierárquico, é bom que se diga. Não significa dizer que as empresas estão abrindo mão de critérios técnicos e objetivos na hora de contratar um novo profissional.

No entanto, normalmente só buscam uma consultoria ou uma assessoria especializadas ou anunciam uma vaga em jornal somente depois de esgotadas as alternativas da rede de relacionamentos, interna e externa à empresa. Isto é um fato mais do que comprovado. E, mesmo assim, o uso dessas alternativas continua sendo simultâneo ou concomitante com os processos de indicações e ou recomendações. O raciocínio reinante, e mais do que correto, é que uma boa indicação pode produzir resultados espetaculares, economizando recursos e tempo, aumentando o grau de acerto na contratação.

Portanto, não adote o estilo “caramujo”, aparecendo aos seus contatos e amigos apenas em momentos em que estiver em dificuldades ou necessitando de algo. Isto nem sempre será possível, mas você tem que ter esta permanente preocupação e peso na consciência. Não faça disto uma paranóia, mas procure cultivar suas amizades e relacionamentos, estabelecendo também contatos periódicos e descomprometidos.

Se procurar pela ajuda de algum conhecido, íntimo ou não, tome os cuidados acima descritos na hora de colocar seus problemas e ou seu pedido. Lembre-se, seus problemas são só seus. Se seu contato ou amizade puder te ajudar, melhor. Se não puder, a amizade e ou o contato tem que continuar bem como antes. Por outro lado, se for procurado, não caia na armadilha de comprar o problema dele. Empenhe-se em ajuda-lo, é claro, pois as posições podem se inverter a qualquer momento. E ele vai lembrar do quanto, pelo menos, se empenhou em ajuda-lo em outra oportunidade, mesmo que não o tenha plenamente atendido.

Amplie sua base de relacionamentos para além do ambiente profissional. Cuide de sua agenda, retorne ligações, correspondências, convites etc. Retribua e ou envie cumprimentos em datas especiais para as pessoas que estão em sua agenda. Utilize o computador, a internet, o email. Não tem sido fácil para mim, como também não será para você, mas temos que nos empenhar e fazer o melhor neste sentido.

Para ampliar sua rede relacionamentos, uma sugestão: organize seu conhecimento, experiência, competência e habilidades e procure repassá-los em forma de cursos, palestras, aulas, assessoria e consultoria, colocando-os à disposição das empresas, colegas, escolas, faculdades, entidades de classe etc. Escreva-os e divulgue-os, em forma de artigos, livros ou trabalhos específicos nas mídias em que tiver acesso.

O mercado de trabalho pode não estar precisando de você só para um emprego efetivo, com carteira assinada e coisa e tal, mas poderá estar precisando de você para ser um importante assessor ou consultor em projetos de curta duração, ou como um autor de artigos e livros ou de trabalhos específicos. Leve em consideração o quanto você pode ganhar com esta prática. É, sem dúvida, uma importante forma de promover seu marketing pessoal, além de forçá-lo a um constante processo de reciclagem e aperfeiçoamento profissional.

Quanto mais você for requisitado para falar de suas experiências e conhecimentos, melhor. Isto dá exatamente a dimensão ou as respostas sobre as suas reais qualificações e potencialidades para enfrentar o mercado de trabalho, especialmente quando em eventual percalço. Esta prática vai desenvolver em você novas habilidades, aumentar a sua autoestima e a sua segurança sobre as suas reais competências, qualificações e potencialidades, pessoais e profissionais. Enfim, suas chances de sucesso contínuo na vida pessoal e em especial no mercado de trabalho se ampliam, diminuindo, em contrapartida, sua vulnerabilidade.

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Autor: Paulo Pereira

Sócio-proprietário da Eventos RH e Especialista em Recursos Humanos
Fundador do Canal no Youtube Trabalho e Renda
Autor de 2 livros sobre o mercado de trabalho pela Editora Nobel

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